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Região continua em destroços seis meses após fim dos bombardeios. Segundo palestino, ajuda internacional não chegou à população.


O fim dos ataques e a retirada das tropas não foram suficientes para que a Faixa de Gaza se reerguesse após o conflito contra Israel. Seis meses depois do fim dos bombardeios da operação "Chumbo Grosso", em resposta contra o lançamento de foguetes contra o território do Estado judeu, a destruição se manteve visível, e pouco mudou desde que a guerra terminou. Além dos 1.400 que morreram durante os ataques, segundo estimativas da Anistia Internacional, toda a população de 1,5 milhão de pessoas continua sofrendo os efeitos dos 22 dias de guerra e do bloqueio externo, que se mantém até agora.



“A situação em Gaza é a mesma de seis meses atrás. Nada está sendo melhorado, nada está sendo desenvolvido. A destruição da guerra ainda está por todos os lados. Mais de 50 mil famílias perderam suas casas e não puderam reconstruir, porque os israelenses não permitem a entrada de materiais de construção, de cimento, de nada”, contou ao G1 o palestino Sameh Akram Habeeb, de 23 anos, que atua como uma das principais referências internacionais sobre a situação na Faixa de Gaza desde o conflito.

“Temos milhares de pessoas deslocadas. Muitas foram viver com parentes, mas outras estão montando acampamentos, tendas, nos locais onde ficavam as casas destruídas. Tem algumas pessoas tentando viver em casas que foram alvejadas, o que é perigoso, pois as casas podem cair. Todos estão tentando sobreviver da forma que seja possível.” Habeeb concedeu entrevista direto de Londres, para onde conseguiu ir recentemente para editar um jornal eletrônico sobre a Palestina, o “Palestine Telegraph”.


A Organização das Nações Unidas iniciou recentemente um projeto de US$ 12 milhões para limpar a Faixa de Gaza, usando maquinário pesado para retirar os destroços deixados pelas bombas de seis meses atrás. “Estamos falando em 600 mil toneladas de destroços que precisam ser removidos, então é um programa de larga escala. Há o risco de lidar com explosivos não-detonados nas casas destruídas”, disse o representante para a região à National Public Radio dos EUA.

Segundo Habeeb, os milhões de dólares arrecadados pela ONU e pelas organizações internacionais com o objetivo de ajudar a população em Gaza não têm chegado à população até agora. “A comunidade internacional é parte do problema. Os EUA, a União Europeia, a ONU, todos falam que vão ajudar Gaza, que vão doar dinheiro, que vão ajudar a reconstruir, mas até agora não fizeram nada. Eles dizem que a culpa é do Hamas, mas, depois de seis meses, continuam sem ajudar na reconstrução, sem distribuir dinheiro e donativos para a população pobre. O que estão fazendo até agora não é nada, e a população está sofrendo”, disse.


Para ele, o projeto de limpeza da ONU demorou demais e também não é nada significativo. “É como querer tirar leite de uma vaca, quando não se tem a vaca. Limpar a destruição sem que haja material para a reconstrução não vai melhorar em nada a vida da população.” Ele argumenta que alguns dos materiais usados nos bombardeios são tóxicos e podem contaminar o ar e o ambiente em que vive a população de Gaza.

Fome, sede e poluição


Além da destruição visível, a falta de mantimentos tem sido freqüente na batalha pela vida na Faixa de Gaza desde o conflito de dezembro e janeiro. Segundo uma reportagem publicada nesta semana pela agência de notícias Inter Press Service, 17% dos rebanhos da Faixa de Gaza foram destruídos nos ataques, e o bloqueio israelense impede a entrada de novos animais na região. A agência diz que cerca de 50% da população está desempregada e que mais de um milhão de pessoas dependem de doações de alimentos.

O maior problema, entretanto, é a falta de água, segundo Sameh. O bloqueio israelense, diz, impede a entrada de material para o tratamento de água. “Não temos como limpar a água que usamos, nem como tratar o esgoto, que está começando a contaminar tudo na Faixa de Gaza, ameaçando as fontes de água e toda a população.”

A comida também não é suficiente para todos. A população depende de doações de alimentos, mas nem sempre o bloqueio permite a entrada de comida suficiente. Para piorar, com pouca comida para muita gente, o preço tende a subir, e nem todos podem pagar por ela. “Acabamos tendo que trazer comida pelos túneis que fazem ligação com o Egito.”

Segurança e violação de direitos

Um relatório divulgado nesta semana pela instituição Breaking the Silence (Quebrando o Silêncio), um grupo de veteranos israelenses contra abusos no Exército, afirmou que a operação "Chumbo Grosso" teve abusos frequentes contra os direitos humanos e que alguns deles poderiam ser classificados como "crimes de guerra" contra civis na Faixa de Gaza.

Segundo Habeeb, por mais que o relatório tenha causado uma certa comoção, ele traz apenas obviedades e nenhuma novidade. “O que o relatório diz é o que de fato aconteceu e que eu vi acontecer. Eu vi civis serem mortos, punidos por nenhuma razão. Isso é o que o exército de Israel fez, por mais que eles não queiram assumir oficialmente, já que é contrário ao que mandam as leis internacionais.” Ele afirma que publicou relatos sobre o que estava acontecendo durante a guerra e que tem dado seu testemunho do conflito desde então.

Israel anunciou um cessar-fogo unilateral em 17 de janeiro e iniciou uma retirada das tropas no dia seguinte. Os bombardeios terminaram, mas Habeeb diz que ainda ocorrem ataques das forças israelenses. “Bem menos que na época da guerra, mas ainda há ataques. Esse não é o maior problema, entretanto. Atualmente, o bloqueio de Israel é muito mais nocivo à população de que os ataques esporádicos.”

Para sair da Faixa de Gaza, que vive bloqueada em suas fronteiras com Israel e Egito, Habeeb teve que tentar romper o cerco por três vezes, até que autorizassem sua saída. Depois que conseguiu ir para a Inglaterra e se estabelecer, tem agora dois problemas: Seu visto vence no próximo mês e, se voltar para Gaza, não pode mais sair.

“Preciso voltar para conseguir um novo visto para continuar na Inglaterra, mas não posso. Não posso ver meus parentes, pois é difícil furar o bloqueio e entrar na Faixa de Gaza e, se conseguir entrar, não é possível sair novamente. Posso tentar o visto pela Jordânia, mas não posso ir para minha casa ver minha família”, disse. Ir para o Reino Unido foi muita sorte, diz, “pois nós que vivemos em Gaza não temos a chance de viajar. É um sonho para muitas pessoas, e quase ninguém consegue sair do cerco em Gaza. As pessoas estão presas, sofrendo, morrendo.”

Ele conta que mantém contato com os pais usando um computador, assim como recebe relatos de amigos e de correspondentes do “Palestine Telegraph”, que publica as informações enviadas direto da região.

Seis meses após o fim do conflito, Habeeb se diz desolado e sem esperanças na construção de um futuro pacífico para a população de Gaza. “Não consigo ver a paz chegando à região. A situação é complicada, e o governo de Israel sempre culpa os palestinos por todo o conflito, quando somos nós que estamos vivendo numa situação opressora. Eles não querem permitir que exista um Estado Palestino, e a situação não avança.”



Notícia Postada em 20/07/2009

 
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