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Quer mudar de profissão? Saiba o que fazer
Transição de carreira exige autoconhecimento e planejamento. G1 preparou dicas de como fazer a mudança.


Mudar de profissão é uma tarefa que exige tempo, investimento e coragem para recomeçar do zero. Com pesquisa, planejamento e determinação é possível alcançar o cargo de interesse, afirmam profissionais da área de recursos humanos. O G1 preparou um passo a passo com os procedimentos a serem tomados na transição de carreira. Veja as dicas no quadro abaixo.

Depois de trabalhar por 15 anos no mercado de atendimento ao cliente e alcançar o posto de gerente executivo de vendas no call center de um grande banco na cidade de São Paulo, André Alves, 36 anos, decidiu abrir mão da carreira para montar o próprio negócio: uma vidraçaria. A mudança aconteceu em maio deste ano.


Alves é formado em administração de empresas e fez especialização em marketing de serviços, por conta da área de atuação anterior. Com o passar do tempo, percebeu que o trabalho no banco não proporcionava mais satisfação profissional. Hoje afirma estar ganhando metade do salário, mas mais feliz. “O brilho nos olhos voltou”, afirma.


Alves disse que, antes de fazer a mudança, trabalhou por cerca de seis meses no banco planejando a saída. Casado e com uma filha de 1 ano e meio, ele disse que pensou na vida sem os benefícios que tinha no banco e se assegurou de ter um respaldo financeiro para a mudança.


O comerciante disse que sonhava em ter um negócio próprio e entrou no ramo de vidros em parceria com um sócio que já atuava na área. De acordo com ele, o conhecimento do mercado veio do sócio e ele entrou com a visão de administração. “Uso muito do que aprendi em relacionamento com o cliente na minha loja”, diz.

Autoconhecimento


O autoconhecimento é importante na hora da tomada de decisão, pois o problema pode estar na empresa onde o profissional atua, e não na profissão, afirma Matilde Berna, diretora de transição de carreira da Right Management. De acordo com ela, muitas vezes a solução é uma simples troca de emprego.


“Deve-se identificar o que gera insatisfação, não se pode correr o risco de trocar de área e vivenciar problema similar”, diz Fabiana Morgado Gabrielli, diretora de projetos do Grupo Foco. De acordo com Fabiana, às vezes o descontentamento está associado à cultura organizacional. “A pessoa precisa saber se está infeliz com o trabalho, com a função ou com o chefe”, diz.



Riscos



É preciso saber que em toda mudança há riscos e, por isso, a transição deve ser muito planejada, afirma Antonio Flávio Pacini, diretor da S&L Consulting. Segundo ele, o sucesso dentro de uma carreira depende de três situações: estar preparado para o cargo, gostar do que faz e ter um mercado comprador.


De acordo com Matilde Berna, na hora da contratação, o mercado vai analisar qual é o conhecimento, a experiência e as habilidades que a pessoa tem para fazer a migração. Por isso, apenas fazer cursos e especializações pode não ser suficiente para a troca de área.


Para conseguir a tão almejada experiência, os especialistas indicam que as pessoas procurem trabalho voluntário ou atividades paralelas ao atual emprego, para não ter uma queda de renda tão brusca. Procurar profissionais do setor e manter relacionamento com eles também é importante.



Perdas


O interessado em mudar de área também deve ter em mente que dificilmente a transição ocorrerá sem nenhum tipo de perda. “A mudança estará associada a abrir mão de algo, seja de remuneração, de status ou de conforto”, diz Fabiana, do Grupo Foco.


Camila Mariano, gerente de atendimento da Catho Online, não ter uma queda de renda é difícil, a não se que o profissional já trabalhe em uma área correlata, como um gerente de marketing que quer ser gerente comercial e demonstre conhecimento e capacidade para desenvolver a função.



“Caso contrário, o jeito é buscar a estabilidade financeira, prever uma queda da renda mensal e buscar uma oportunidade em nível hierárquico inferior para ganhar experiência”, afirma.



Tempo


Não há prazo nem idade específica para fazer a transição de carreira, afirmam os especialistas, mas o quanto antes a mudança for feita, melhor. “Até os 30 anos geralmente ainda dá para brincar um pouquinho, depois fica mais complicado. Por isso é importante a autoanálise e saber se a mudança é factível ou uma fantasia”, diz Matilde.


O importante, segundo Pacini, da S&L Consulting, é não abandonar a bagagem adquirida com a experiência anterior e transformá-la em uma capacidade no novo mercado. Um profissional que atua na área de tecnologia e pretende migrar para o mercado publicitário, por exemplo, pode procurar empresas de publicidade na área da tecnologia.

Fonte G1
Notícia Postada em 05/11/2009

 
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