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Mercado negro de Cuba chega à internet e burla limites ao comércio
Portal Revolico divulga anúncios classificados da ilha comunista. Site tem mais de cem mil ofertas de compra e venda legal e clandestina.


A principal alternativa da população cubana para fugir às restrições ao consumo na economia fechada do país comunista se aliou à opção tecnológica para burlar a censura à comunicação e geraram uma minirrevolução no comércio da ilha. Pela internet, um portal reúne dezenas de milhares de anúncios de compra, venda, aluguel e serviços, todo o mercado clandestino que até recentemente eram encontrados apenas nas ruas das cidades.

De produtos simples, como livros e revistas, a outros mais raros e caros, como carros e computadores. De serviços legítimos e legais, como aulas de música e dança, à oferta de favores obscuros e serviços sexuais. Um pouco de quase tudo pode ser visto neste grande painel de “classificados”. No site do Revolico há mais de cem mil chamadas para compra e venda. O que seria visto com naturalidade em países capitalistas como o Brasil, chama a atenção por subverter a ideia de que Cuba vive um socialismo totalmente fechado ao comércio ou à internet.

O nome do site vem de algo equivalente a bagunça, confusão, desordem. Segundo os organizadores do site, é uma "bagunça, mas organizada", alegando que estruturam todos os anúncios para tornar a pesquisa e a oferta mais fácil.



"Pretendemos criar um espaço onde se possa anunciar qualquer coisa, ou quase qualquer coisa", dizem. A ideia surgiu como forma de organizar as chamadas "listas", mensagens de oferta de produtos que já levavam à internet o mercado negro. Elas circulavam por e-mail em Cuba, e faziam o papel de classificados, especialmente de material de informática.

Tudo no portal é feito de forma simples, pois o próprio anunciante preenche um formulário com a oferta dentro do site, deixando um e-mail de contato. Ele fica no Revolico por 60 dias até que seja retirado automaticamente. O site não faz a ligação entre os usuários, entretanto. Ele apenas oferece o contato e prefere não entrar em negociações comerciais.



Somente na terça-feira (11), mais de 2.000 novos anuncios foram incluídos. A reportagem do G1 enviou pedidos de entrevistas aos organizadores do site e alguns dos usuários, mas provavelmente por conta do risco da exposição, não obteve resposta.



Mercado negro

A realidade levada para a rede mundial de computadores pelo Revolico já fazia parte da vida de Cuba há muito tempo, segundo o escritor Samarone Lima.



Em “Viagem ao crepúsculo” (Ed. Casa das Musas), livro que acaba de ser lançado, Lima relata sua experiência em Cuba, onde viveu por um mês longe do roteiros turísticos, mas acompanhando a batalha diária do “populacho”, como diz, da vida real dos cubanos.



Parte do livro narra o tempo em que ficou hospedado na casa de uma mulher que era uma referência no bairro pobre em que vivia por revender clandestinamente produtos alimentares a que a população nem sempre tem acesso, como frango e leite.

“O comércio clandestino já faz parte do cotidiano do povo cubano”, disse, em entrevista ao G1. Segundo ele, em qualquer caminhada pelas ruas de Havana é comum ver pessoas com produtos expostos para a venda, além de que é normal ser abordado por cubanos que fazem ofertas variadas de produtos que vão de comida e eletrônicos a mulheres para serviços sexuais.

Ele explicou que no país há lojas oficiais, as chamadas tiendas, que vendem todo tipo de produto. O problema é que os preços costumam ser fora da realidade dos salários cubanos, o que torna a negociação proibitiva.



“O mercado negro é fruto de uma cultura de desvios de produtos dentro do país. É algo lembra contrabando interno e que vem da dificuldade de ter acesso a produtos, que dessa forma ficam mais acessíveis ao bolso da população”, disse.



“São desvios que incluem todos dentro da linha de produção, mas nunca de forma mafiosa para ganhar muito dinheiro, mas apenas de vender a preços baixos, melhorar a renda e oferecer o que é difícil conseguir de forma legal.”

Oficialmente a economia de Cuba é fechada, “mas quem tem grana consegue de tudo”, disse.

O site do Revolico tenta fugir da discussão política. Os organizadores alegam que os próprios usuários reagiram contra este tipo de assunto quando surgiram provocações neste sentido e que não é seu papel discutir o sistema cubano, a religião ou nenhum outro tema, mas apenas estruturar um organismo de ofertas e anúncios.


Internet

Na entrevista ao G1, Lima se disse impressionado com a força do Revolico e com a reunião dos cerca de cem mil usuários de internet de Cuba. “A internet não é uma coisa abertamente acessível à maior parte da população. Não é algo cotidiano, ou que faça parte das conversas”, contou.

Acostumado a conhecer pessoas durante as viagens que faz, ele contou que costumava pedir e-mail dos cubanos que conhecia, o que acabou achando ser uma gafe, pois ninguém tinha endereço eletrônico.



“De todas as pessoas que conheci, poucas usavam de forma aberta a internet. E elas davam a entender que era algo controlado, que não podia ser usado livremente”, disse.



Segundo ele, é muito comum que eles usem endereços de terceiros, de amigos, de estrangeiros. De fato, muitos dos anunciantes que expõem ofertas de produtos no Revolico usam e-mails internacionais, com registro na Espanha, nos Estados Unidos ou em outros países.

“Em Cuba não há Lan Houses de forma acessível. Não é algo que esteja no cenário da cidade”, disse. Segundo ele, existe a oferta em hotéis, mas a preços em torno de US$ 8 por hora torna inviável para os cubanos, por ser uma verdadeira fortuna.

Segundo dados da CIA, Cuba tem cerca de 1,3 milhão de usuários de internet (pouco mais de 10% da população), mas os cidadãos cubanos são proibidos de comprar computadores para acessar a rede de casa.



As pessoas que querem ter acesso à internet precisam adquirir um acesso no próprio mercado ilegal, ou frequentar locais clandestinos onde é possível pagar por hora a preços mais acessíveis.

“Usei apenas duas vezes internet enquanto estava em Cuba”, contou o escritor. “Em Havana, usei um esquema altamente clandestino. Uma pessoa informou do local, tudo muito misterioso, por ser algo proibido. Era uma lan house em que as pessoas não interagiam. Custava o equivalente a US$ 1 por hora, e todos sabiam que era escondido e que se fosse pego pelo Estado ia dar problema.” Segundo ele, no local havia mais estrangeiros de que cubanos usando os computadores.



Notícia Postada em 12/08/2009

 
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