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Greve de agentes penitenciários provoca cancelamento de audiências
Greve dura há nove dias; comissão diz que cumprirá ordem judicial. 88 dos 158 presídios do estado foram afetados pela greve, diz SAP.
Oitocentas audiências foram canceladas no Fórum da Barra Funda desde o início da greve dos agentes penitenciários, segundo a direção do fórum informou nesta terça-feira (18). A greve afeta quatro tribunais dos júris e 31 varas criminais. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), 88 dos 158 presídios foram afetados pela greve, que dura há nove dias. A Comissão de Greve informou que cumprirá a ordem da Justiça que determina que transferências de presos sejam feitas, como informou o SPTV.

Em nota, a SAP informou que o governo mantém sua disposição em negociar com as entidades representantes dos agentes penitenciários e espera responsabilidade dos líderes do movimento na manutenção dos serviços essenciais determinados por lei. A multa para o descumprimento da liminar é de R$ 100 mil por dia.
Nesta segunda, houve uma concentração dos agentes em greve em uma praça próxima ao Palácio dos Bandeirantes. Uma comissão foi recebida por representantes do governo e saiu do encontro dizendo que o governo só vai negociar quando a greve terminar. O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo, os agentes devem continuar em greve. “Mais de 550 agentes participaram desse manifesto e foram unânimes que a greve deve continuar nos mesmos termos”, afirmou.

Do Palácio, os grevistas foram para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros e chegaram no momento em que um comboio vindo de interior tentava entrar. Houve discussão. Os presos que aguardavam, batiam dentro do caminhão. Depois que os grevistas foram embora, o comboio foi recebido.

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, a greve atinge 150 dos 158 presídios do Estado. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 88 foram afetados. Nas oito delegacias de trânsito de presos da capital, hoje 665 aguardavam transferência para um Centro de Detenção Provisória (CDP), são 100 a menos do que segunda-feira (17), porém, a situação permanece crítica.

Em Sorocaba, após serem impedidos de entrar no CDP, presos que estavam em caminhões baú passaram mal por falta de água e comida. Eles foram retirados e ficaram sob escolta da Polícia, sendo levados após duas horas à cadeia de São Roque, onde já estavam 24 presos. Mais 47 presos foram encaminhados para a cadeia e acomodados em quatro celas.

Em Suzano, o CDP foi emparedado com barreiras de concreto. O carro de escolta tentou entrar para buscar presos e leva-los para a audiência no Fórum, mas foi impedido pelos grevistas e acabou indo embora. Em Martinópolis, na região de Presidente Prudente, três caminhões com 23 presos ficaram em frente à penitenciária, que serve como ponto de distribuição de detentos. Após uma hora, o comboio partiu para a capital, a 580 km de distância, sendo recusado pelo CDP de Belém também.
Notícia Postada em 19/03/2014

 
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