NAVEGUE
HOME   
GUIA COMERCIAL   
CLASSIFICADOS   
   SERVIÇOS
Cadastre-se   
Notícias   
Fale Conosco   
Utilidades   
Termos de Uso   
Anuncie aqui!   
Política de Privacidade   
Links Úteis   
   ENTRETENIMENTO
Mural de Recados   
Dicas   
Enquetes   
Canal esotérico   
Receitas   
   O BAIRRO
Lapa News   
História do bairro   
Parques   
Repartições   
Igrejas e Entidades   
Bairros da Lapa   
Hospitais   
Terminal Lapa   
Postos de Saúde   
Telecentros   
   NOTÍCIAS
Colunas   
Notícias da Cidade   
Cultura   
Últimas Notícias   
Finanças Pessoais   
RECEBA NOVIDADES
CLASSIFICADOS LAPA | Classificados Grátis, Guia Comercial, Notícias, Dicas
Nome:
E-mail:
PARCEIROS
DM Arts Networks
::: Confira:
Em meio a impasse, Kim Jong-Il prepara sucessão na Coreia do Norte
Para especialistas, reunificação é hipótese remota sem o respaldo chinês. Continuação da dinastia pode levar regime a uma situação insustentável.



As informações mais recentes a respeito do estado de saúde do líder norte-coreano Kim Jong-Il têm criado um quadro de tensão e incerteza em relação à disputa sucessória no país comunista. Fontes sul-coreanas indicam que o ditador, atualmente com 68 anos, teria sofrido um derrame em 2008. Suspeita-se também que ele seja diabético e sofra de hipertensão. Sua sucessão, que já começou a ser preparada, está reservada a um de seus filhos. Em junho, o Partido dos Trabalhadores, que controla a Coreia do Norte, convocou um raro encontro para eleger uma nova equipe de governo.

Il herdou o poder do pai, Kim Il-Sung, morto em 1994, e continuou a governar o país de forma totalitária, baseado em sistema derivado do comunismo soviético e no culto à personalidade do líder. Oficialmente, está à frente da Comissão Nacional de Defesa e é secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, hegemônico no país. O país comunista é considerado o mais fechado do mundo em relação a qualquer influência internacional, ao mesmo tempo em que sua população está entre uma das mais empobrecidas do mundo.

De acordo com especialistas consultados pelo G1, uma eventual morte do ditador a curto prazo deverá provocar um impasse no delicado cenário geopolítico da região do Leste Asiático. Para o professor de História Contemporânea da USP Osvaldo Coggiola, a continuidade da dinastia Kim no poder deixaria o país em uma situação insustentável. “O problema é que Il não tem todas as cartas na mão e a sucessão não será tão simples. Ele próprio não assumiu o poder de seu pai todo de uma vez, teve de conquistá-lo por etapas. Há uma situação de tensão social e política, pois um poder tão centrado em uma única pessoa necessariamente tem um lado muito frágil”, afirma Coggiola, que lembra que o próprio partido se divide internamente em várias correntes.

O cientista político Alexandre Ratsuo Uehara, coordenador do curso de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, acredita que não existem ainda condições para que Il consiga, a curto prazo, deixar um herdeiro apto a assumir o país em condições tão desfavoráveis. “Após duas gerações de lideranças fortes, há interesse do atual presidente em manter na família essa liderança. Porém, essa construção não é muito fácil. Pelo que temos informação, não há reconhecimento de que o filho dele teria a possibilidade de assumir e exercer a liderança do país com a mesma autoridade”.

O favorito
Toda informação que vaza sobre a Coreia do Norte é sempre baseada em rumores, oriundos de fontes de inteligência sul-coreanas e norte-americanas repassados à imprensa desses países. Fora isso, uma das poucas fontes de informações conhecidas e aceitas são os livros de memórias lançados por “Kenji Fujimoto”, pseudônimo de um suposto japonês que serviu como chef pessoal de Il e contou suas experiências com o ditador.

O livro “Eu fui cozinheiro de Kim Jong-Il” (tradução livre, 2003), de Fujimoto, e as informações da inteligência são diretos em apontar o caçula Kim Jong-Un, de apenas 27 anos, como o escolhido de Il, o que o torna o grande favorito à sucessão. O mais velho, Kim Jong-Nam, perdeu a preferência quando, em 2001, causou um incidente diplomático ao ser preso no Japão quando tentava viajar para a Disney de Tóquio usando um passaporte dominicano falso com um nome chinês. O segundo filho, Kim Jong-Chul, teria a recusa do pai que o consideraria “muito fraco e afeminado” para o cargo. Un, ao contrário, teria se mostrado o mais preparado.

“O mais velho parece ser um playboy, e já teria dito não quer herdar o poder. No segundo, o problema reside em uma relação pessoal com o pai que não é tão boa, há um questionamento. Sobrou para o mais novo, por ter um perfil mais próximo ideologicamente ao do pai, ser indicado à sucessão. A priori, seria o mais velho”, afirma Uehara.

Otimista, o professor acredita que a formação ocidental de Un que estudou alguns anos em um colégio de língua inglesa em Berna, na Suíça, possa, futuramente, abrir um pouco mais o regime: “O perfil que tem sido traçado é que ele tende a seguir bastante a linha do pai. Porém, ele é novo, estudou no exterior e a sucessão é discutida em um momento em que o país passa por grandes dificuldades. Há uma parcela da sociedade e de militares insatisfeitos e existe a possibilidade de que ele seja um pouco mais aberto às negociações e acordos internacionais.”

Entretanto, a juventude e pouca experiência jogam contra Un, que teria de enfrentar um cenário político crítico caso o pai venha a morrer a curto prazo. A saída da família, nessa hipótese, seria que o cunhado de Il, Jang Song-Taek, assumisse na posição de “regente” até que Un reunisse condições plenas. Taek foi promovido no início do ano ao cargo de “número dois” da Comissão Nacional de Defesa. Entretanto, segundo os especialistas, não há qualquer garantia de que a vontade de Il será obedecida após sua morte.

“Neste momento, Taek pode ser uma opção. Porém, deve-se lembrar que o partido terá se posicionar sobre isso. Não creio que a liderança de Il seja tão forte a ponto de somente ele determinar a sucessão. Haverá uma reunião do partido e há apenas possibilidade de que isso venha a acontecer”, diz Uehara.

Mudanças
A possibilidade de um golpe militar através do partido – que controla as Forças Armadas – também é considerada. “Certamente há uma parcela da população coreana, e mesmo dos militares, que estão insatisfeitos. Desde o final da Guerra Fria em 1989, o país tem passado por um processo de isolamento internacional. O país passou por problemas devido a fenômenos naturais, com uma seca e enchentes, prejudicando bastante sua produção econômica. O que pode ocorrer, se houver esse golpe por parte dessa parcela insatisfeita, é tentar promover a divulgação de informações mais próximas da realidade, e com isso tentar ganhar legitimidade”, diz Uehara.

O professor acredita porém que essa junta militar não teria respaldo popular e uma saída seria buscar apoio internacional: “Na atual situação de dificuldade econômica e isolamento, seria muito difícil esse governo se manter sem a ajuda e investimentos internacionais”. Esse cenário seria possível também com uma eventual partilha do poder entre o escolhido por Il e o partido.

Caso a situação se agrave e o conflito passe por uma intervenção armada que conte com a influência dos demais países, da região (China, Japão e Coreia do Sul, que conta com apoio militar dos EUA em seu território), Uehara acredita que seria impossível prever as conseqüências. “Ficaríamos à mercê dos acontecimentos, ou seja: saber os limites dos EUA e da China, duas potências militares. Seria muito temeroso supor alguma coisa. Podemos até saber como começaria o conflito, mas não como ele termina”.

Por sua vez, Coggiola considera impossível uma imediata reunificação entre o Sul e o Norte. “A Coreia do Sul, embora forte economicamente, não é uma Alemanha. Ou seja, um país que possa sustentar o preço de uma eventual reunificação, como ocorreu com a então Alemanha Ocidental ao se unificar com o lado mais pobre, o Oriental. Seria um “bolsa-família” muito caro e haveria dificuldade de absorção dos trabalhadores norte-coreanos em indústrias tradicionais do vizinho, como os setores automobilístico e tecnológico”.

Outro fator que impossibilitaria a reunificação seria a interferência chinesa. “Os chineses preferem manter o status quo, ou seja, a Coreia do Norte na condição de estado-tampão. O país se mantém em grande parte na base de empréstimos e subsídios chineses. A criação de uma nova nação capitalista e unificada, sob o controle do Sul, não é vontade da China, pois ela não vai admitir a presença de tropas norte-americanas estacionadas em sua fronteira, isso está claro”, diz Coggiola.
Uma adoção do país ao sistema chinês de “um país e dois sistemas”, lembra Coggiola, já foi tentado, mas os norte-coreanos não reúnem as mesmas condições. “A China teve condição de conceber a industrialização com base no capital estrangeiro porque tem uma fonte de mão-de-obra quase inesgotável. A Coreia do Norte é um país pequeno com uma economia pequena. E não tem o desenvolvimento tecnológico e científico. Bem, algum deve ter, senão não teria lançado mísseis. Mas nos outros setores, fora o militar, não há aparentemente nada. Criar uma mini plataforma de exportações em meio a uma crise econômica mundial talvez não seja uma saída possível para o país”.

Notícia Postada em 22/07/2010

 
ANUNCIANTES
COPYRIGHT © 2006 - CLASSIFICADOS LAPA- Todos os direitos reservados Produzido por: DM Arts Networks