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Descendentes de confederados celebram em SP o fim da Guerra Civil dos EUA
Festa em Santa Bárbara d’Oeste tem cenário do sul dos EUA do século XIX. Saiba como alguns americanos vieram ao Brasil pós-Guerra da Secessão.



Senhores trajando uniformes típicos dos veteranos da Guerra de Secessão americana conversam numa roda, alguns em inglês com forte sotaque sulista, enquanto moças vestidas como a personagem Scarlett O’hara (a protagonista do clássico filme ‘...E o Vento Levou’) dançam a square dance (espécie de quadrilha americana) ao som de jazz, country ou folk tocados por uma banda.



Ali perto, barracas ornadas com as cores da bandeira americana vendem hambúrgueres e hot dogs. Todo o cenário remete a uma típica festa do sul dos Estados Unidos, não estivessem os personagens a apenas 130 quilômetros de São Paulo, entre as cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste.

É na região paulista que se concentra uma das maiores e organizadas comunidades de norte-americanos no Brasil, muitos descendentes diretos dos primeiros imigrantes que desembarcaram por aqui no final do século XIX. A “Festa Confederada” (ou “Confederate Party”) chega neste domingo (11) à sua 24ª edição e lembra também os145 anos do fim do conflito.

Mas por que comemorar o fim de uma guerra considerada uma das mais sangrentas da história americana, que deixou mais de 600 mil mortos e arrasou com a economia do sul dos Estados Unidos?
“O Cemitério do Campo virou um lugar marcante que evoca lembranças da história dessas famílias, que saíram de uma situação dramática e vieram para o Brasil. Marca a experiência histórica dessas pessoas, um lugar de revitalização de laços e da própria vida da comunidade”, diz o antropólogo John Dawsey, um dos organizadores da coletânea de artigos “Americans: Imigrantes do Velho Sul no Brasil” (Ed. Unimep, 2005), cuja história familiar está ligada à imigração americano no Brasil.

No cemitério fundado em 1868, local da festa, estão enterrados os primeiros imigrantes, tratados como heróis nas homenagens em inglês nas lápides. “Fizemos a festa para poder manter o cemitério. Com isso, a gente cobre esse custo e também faz a confraternização dos descendentes”, conta Nancy Padoveze, membro da Fraternidade Descendência Americana, que realiza o evento.
Tetraneta do coronel William Hutchinson Norris, considerado pela fraternidade o pioneiro da colônia paulista, ela conta que até hoje só são enterrados no campo os descendentes diretos dos confederados. Mais que uma atitude discriminatória, trata-se de uma reparação histórica: na época dos primeiros imigrantes, os cemitérios católicos brasileiros se recusavam a enterrar os protestantes americanos mortos.

“Não se sabe o que pesou mais: se o fato de serem protestantes ou de serem da maçonaria, mas o cemitério começou no local onde foi fundada a primeira igreja batista do Brasil, que está na terceira construção devido ao solo ruim”, conta Nancy Padoveze (o sobrenome é herdado do marido italiano).
Nascido na Georgia, o coronel Norris chegou a ser senador pelo Texas antes que os exércitos do industrializado norte dos EUA devastassem econômica e militarmente os estados confederados do sul latifundiário, na guerra entre 1861 e 1865. Veio para o Brasil, segundo a fraternidade, graças ao contato que tinha com a maçonaria (da qual o imperador Dom Pedro II fazia parte) e do interesse brasileiro nas técnicas agrícolas sulistas, principalmente o cultivo do algodão.
“O que nossos antepassados contavam é que a região de Santa Bárbara, principalmente, tem um clima e uma terra muito parecidos com o sul dos Estados Unidos. Este foi o motivo para escolher essa região. Os americanos então trouxeram o algodão e o arado.Os italianos vieram e desenvolveram o arado. Em seguida, chegaram os alemães e montaram as fábricas de tecido. E assim Americana se tornou esse grande pólo têxtil”, afirma a tetraneta do pioneiro.

Além das técnicas então desenvolvidas de agricultura, os descendentes dos confederados orgulham-se do sistema americano de educação - considerado modelo pelo governo brasileiro - que deu origem a escolas americanas até hoje em atividade no país, como a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), o Mackenzie, na capital, e o Benedict, no Rio, entre outras. Isso sem falar nos descendentes renomados, como a cantora Rita Lee e a ministra do Supremo Ellen Gracie Northfleet.
Boa parte desta história está exposta no Museu da Imigração, em Santa Bárbara d’Oeste, que tem no acervo desde documentos históricos até as primeiras máquinas para o arado trazidas pelos americanos e utensílios domésticos considerados modernos para os padrões do império brasileiro, como moedores de café.

“É interessante ver como nos Estados Unidos o sul ficou associado com as forças do atraso, enquanto que no Brasil [os sulistas] foram associados ao progresso”, diz o antropólogo John Dawsey. Segundo ele, americanos que vão à festa paulista se assustam ao ver a bandeira dixie confederada - nos EUA ainda associada a escravidão e racismo.

Para dona Nancy, responsável pelas apresentações artísticas da Festa Confederada, graças à integração cultural, o evento acabou ganhando sabores brasileiros. “A gente tenta fazer o típico, mas o típico, típico americano mesmo é complicado. Então a gente abrasileirou um pouco algumas coisas para agradar o público. Temos churrasco, hambúrguer, cachorro quente, frango frito. Mas o sabor é bem brasileiro”, diz, rindo.



Notícia Postada em 24/06/2010

 
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