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Dobram registros de fraude em postos de gás para veículos em São Paulo
Só neste ano, em todo o Estado, 13 foram fechados por desviar o combustível

Operações realizadas pela Comgás, junto com o Ministério Público Estadual (MPE) e a ANP (Associação Nacional do Petróleo), resultaram em 13 postos de combustíveis fechados em São Paulo por desviar GNV (Gás Natural Veicular). O balanço é de janeiro a agosto deste ano. Em 2008, seis postos foram flagrados por cometer a fraude. O crime, além de dano ambiental (como contaminação dos lençóis freáticos), pode provocar a explosão de até um quarteirão, por causa da manipulação inadequada do combustível.

A fraude consiste na adulteração do medidor do GNV. Quando o gás é retirado do gasoduto, são criadas passagens secundárias que, em vez de irem diretamente para a bomba, não passam pela medição e, por isso, não há cobrança pela Companhia de Gás de São Paulo (Comgás). Fica difícil chegar aos fraudadores porque, diferentemente da gasolina "batizada", não há prejuízos diretos ao consumidor no gás desviado. Não existe um impacto na qualidade do combustível e, por isso, quase não há denúncias.

O diretor de operações da Comgás, José Carlos Broisler Oliver, conta que a fraude cria uma concorrência desleal. Ele disse também que a adulterção do medidor compromete a segurança do local. De acordo com o mapeameto dos posto fechados nas operações, o crime está centrado na região da Grande São Paulo.

Para combater a fraude, a Comgás está fazendo a conexão dos postos por telemetria. Oliver explicou que um operador da empresa acompanha as atividades de um determinado posto e, caso constaste variações muito expressivas de consumo, avisa a companhia que aciona os órgãos que podem realizar a fiscalização

O chefe de fiscalização da ANP, Alcides Amazonas, disse que o combate à fraude do gás ganhará uma força-tarefa. Participarão das ofensivas de fiscalização o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a Comgás e a Secretaria Municipal de Controle Urbano. O promotor Luiz Henrique Cardoso Dal Poz, que cuida das investigações sobre fraudes, explicou que as forças-tarefa são organizadas antes de cada operação e, dependendo dos estabelecimentos que serão vistoriados, são escaladas as instituições participantes.

A ANP também informou que as ações de fiscalização em relação aos outros tipos de fraude, como "batizar" gasolina e álcool, estão diminuindo as fraudes em São Paulo. Amazonas contou que, em 2007, 11% de toda a gasolina comercializada estava adulterada. Depois de mais de dois anos, esse percentual caiu para 1,8%. Os dados são feitos com base em análise de amostras. O chefe da fiscazliação também disse que 200 postos já foram interditados pela força-tarefa.

Além da ANP, o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo) participa das blitze de fiscalização dos postos de gasolina e álcool. De acordo com o instituto, no primeiro semestre deste ano 283 estabelecimentos foram autuados por abastecimento de quantidade menor do que o registrado nas bombas, lacres rompidos e falhas eletromecânicas.
Notícia Postada em 06/10/2009

 
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