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Alencar deixa hospital em São Paulo e se diz 'animado'
Vice recebeu transfusão para estimular produção de glóbulos brancos. Ele foi internado na quinta no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.


O vice-presidente José Alencar teve alta por volta das 11h deste sábado (19) do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde quinta-feira com um quadro de pancitopenia – quando há queda no nível de plaquetas, hemoglobina e glóbulos brancos do sangue.



O quadro pode ter ocorrido devido à quimioterapia a que o vice se submete para tratar tumores no abdome.


Ao deixar o hospital, Alencar disse que está bem. "Estou animado. Ainda que a quimioterapia seja um tratamento clássico, não revolucionário, um tratamento comum. Mas nós estamos com muita esperança. Se aqueles [tratamentos] revolucionários não deram certo, vamos voltar ao convencional e vai dar”, afirmou o vice-presidente.



Na quinta-feira, exames detectaram que os níveis de hemoglobina, de leucócitos e de plaquetas do vice-presidente estavam muito baixos, o que aumenta muito o risco de Alencar pegar uma infecção, de ter uma hemorragia ou uma crise de anemia.



Ele recebeu uma transfusão de sangue ainda na noite de quinta. Os médicos decidiram internar Alencar até que os exames se normalizassem.



Exames e tratamento

O vice-presidente disse que permanecerá em São Paulo no fim de semana e deverá passar por novos exames na segunda-feira (21).

Na terça, Alencar deverá se submeter a uma nova sessão de quimioterapia.

A realização da sessão, no entanto, só será realizada se ele estiver recuperado.

Ele disse que ainda não falou com o presidente Lula e que não deverá encontrá-lo neste sábado, apesar de o presidente estar em São Paulo.



O vice-presidente retomou a quimioterapia no início do mês, após exames detectarem o aumento do tumor em seu abdôme e os médicos considerarem insuficiente o tratamento alternativo que ele fazia nos Estados Unidos.



'Primeiro mundo'

Alencar, ferrenho defensor da redução nos juros do país, voltou a criticar as altas taxas, apesar de tecer elogios ao desempenho da economia brasileira durante a crise.



"As notícias muito boas são as de que a economia vai bem, que o Brasil superou as dificuldades em tempo recorde, a ponto de o Le Monde na França dizer que o Lula tinha razão quando tachou de marolinha a crise, que era um tsunami lá fora", disse.



"Nós vencemos isso tudo apesar desses juros altos. Tem que baixar para o padrão internacional. O Brasil é país de primeiro mundo".



Boletim

Veja a íntegra do boletim médico divulgado pelo hospital neste sábado:



' ALTA MÉDICA
19/09/09
11h00

O Vice-Presidente da República, José Alencar, internado no Hospital Sírio-Libanês na noite da última quinta-feira (18/09) para avaliação do seu estado clínico, recebeu alta médica na manhã deste sábado (19/09).

O Vice-Presidente continuará o tratamento de quimioterapia na próxima semana

A equipe médica que o acompanhou é coordenada pelos Profs. Drs. Paulo Hoff e Roberto Kalil Filho.

Dr. Antonio Carlos de Onofre de Lira Dr. Riad Younes
Diretor Técnico Hospitalar Diretor Clínico'


Câncer

Alencar luta contra o câncer no abdome há 12 anos. Em 24 de julho ele se submeteu à 15ª cirurgia, desta vez por causa de uma obstrução no intestino grosso. A operação mais agressiva aconteceu em janeiro, quando os médicos levaram 18 horas para retirar tumores na região abdominal.

Nos Estados Unidos, Alencar passava por um tratamento experimental testado, com sucesso, em 30 pacientes. Diferentemente da quimioterapia, o remédio ataca apenas as células que provocam o tumor, evitando que elas continuem a agir. O tratamento foi abandonado pelos médicos depois que o tumor do vice-presidente voltou a crescer.



Parecer dos médicos

Na sexta-feira, o oncologista Paulo Hoff, um dos responsáveis pelo tratamento de Alencar, disse que é possível que Alencar receba mais transfusões de sangue. Tudo dependerá da evolução do quadro do vice-presidente, segundo o oncologista.



“Quando você tem uma queda das plaquetas, há o risco de sangramentos, e quando há uma queda dos glóbulos brancos, há risco de infecção. Para tentar evitar que esse tipo de complicação aconteça, nós transfundimos plaquetas e damos fatores de crescimento que estimulam a medula a produzir glóbulos brancos, que podem enfrentar uma eventual infecção”, explicou Hoff.
Notícia Postada em 20/09/2009

 
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