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Marcada por contrastes, Augusta tem ‘chapinha baiana’ e bronze por R$ 10
Rua que vai da região central a Zona Oeste de São Paulo é retrato de diferenças sociais. Na parte central da via, salões oferecem tratamentos exóticos e baratos.


Um dos cartões de visita de São Paulo, situada entre a região central e a Zona Oeste da Capital, a Rua Augusta pode ser classificada como um retrato dos extremos sociais que marcam a maior cidade do país. Ao longo dos seus cerca de 3,5 km, a via possui lojas, restaurantes, lanchonetes, centros de cultura e lazer e salões de estética que diferem radicalmente em estrutura, tipo de serviço, público e preço dependendo do lado em que estiver. O divisor dessas duas Augustas é a Avenida Paulista.

Nos salões de estética essas diferenças ficam mais evidentes. No sentido Jardins, uma tabela de preço destinada à classe média. Neste lado da rua, é raro encontrar um salão em que um corte de cabelo feminino saia por menos de R$ 18. Os ambientes são claros, bem decorados, com designer moderno e possuem produtos caros.

Há sete anos funcionando no número 2.403 da Augusta, próxima a uma loja de chocolates finos, o LM Cabeleireiros é o que se pode considerar um dos salões “mais populares” da parte chique da via. Uma média de 15 pessoas são atendidas no local por dia. O corte feminino sai por R$ 20 e o tingimento, carro chefe do lugar, varia de R$ 60 (retoque de raiz) a R$ 120 (raiz e ponta). Além de tratamento capilar, são oferecidos serviços de estética facial e corporal e podologia. Um pacote com dez sessões de drenagem linfática sai por R$ 560.

Arlete Pereira da Silva, de 32 anos, é cabeleireira do salão desde 2003. Ela conta que a maior parte dos clientes é composta de moradores dos Jardins. “Acho que é por isso que a diferença entre os salões daqui e os de lá do outro lado é tão grande. Aqui vem mais gente de classe média a alta. Lá vai mais o pessoal que trabalha no centro, nas empresas e na rua. Um pessoal com o poder aquisitivo menor”, conta.



Tratamentos 'exóticos'

Atravessando a Paulista, na “parte centro” da via, a de “menor poder aquisitivo” como classificou Arlete, a iluminação mais fraca das ruas evidencia as vitrines dos salões. Desse lado, o ambiente “clean” é substituído por um mistura de papéis colados no vidro anunciando as promoções da casa, roupas de cores berrantes novas e usadas à venda, sapatos brilhantes e pôsteres de produtos ou tratamentos de beleza.

Em um deles, um cartaz chama atenção ao longe por um dos anúncios: “Fazemos chapinha baiana a partir de R$ 25”.
Notícia Postada em 08/09/2007

 
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